bIFUSP ANO XVIII - No.39 - 14/11/2001

ÍNDICE

• CURSO DE VERÃO 2002
• ASSALTO E SEQÜESTRO NA FÍSICA
• PRÊMIO SOCIEDADE BRASILEIRA DE FÍSICA 2001
• ASSISTÊNCIA ACADÊMICA
• COMISSÃO DE PESQUISA
• CENTRO DE COMPUTAÇÃO
• CCInt
• ATIVIDADES DA SEMANA

O Instituto de Física oferecerá um Curso de Verão em 2002, de 28 de janeiro a 6 de fevereiro, visando um público de estudantes de final de graduação e início de pós-graduação. Pretendemos apresentar um painel da Física atual, através das diferentes linhas de pesquisa ativas no IFUSP, com cursos gerais, mini-cursos em áreas específicas (atividades em paralelo) e seminários.

TEMAS

Os temas a serem abordados, assim como outras informações, estão disponíveis no "site" http://www.if.usp.br/verao. Para maiores esclarecimentos, favor enviar mensagens para verao@if.usp.br .

PRÉ-INSCRIÇÕES

Um formulário de pré-inscrição está à disposição dos interessados na rede.

COMISSÃO ORGANIZADORA

Professores Antônio José Roque da Silva (coordenador), Carmen Pimentel Cintra do Prado, José Roberto Brandão de Oliveira, Paulo Alberto Nussenzveig, Renata Zukanovich Funchal e Silvio Roberto de Azevedo Salinas.

Na noite de 8 de novembro um docente do Instituto e uma aluna de iniciação científica foram vítimas de um seqüestro, no estacionamento ao lado da SBF. Eles foram abordados por dois rapazes armados (aparentemente escondidos entre as árvores próximas ao prédio dos Serviços Gerais) que estavam em busca de dinheiro e ameaçaram roubar os computadores do Laboratório de Dosimetria. Duas pessoas com descrição semelhante tinham sido vistas durante a noite, antes desse horário, em atitude suspeita aqui no IF. Os porteiros chamaram a Guarda Universitária, mas os suspeitos não foram encontrados. Os danos materiais não foram grandes, as pessoas não sofreram violência, mas o desfecho poderia ter sido muito pior.

Essa notícia é um alerta para que todos fiquem muitíssimo atentos.

MELHOR TESE DE DOUTORAMENTO

Concorreram ao prêmio vinte e nove trabalhos das áreas de física teórica e experimental. Registramos os nossos cumprimentos ao nosso aluno Ronei Miotto, que recebeu uma menção honrosa com a tese "Estudo de primeiros princípios das superfícies III-N e adsorção de NH3 e NF3 sobre a superfície de Si", orientada pelo professor Armando Corbani Ferraz.

Concurso de Livre-Docência

O Concurso de Livre-Docência no qual está inscrita a Profa. Thereza Borello Lewin, junto ao Departamento de Física Experimental, terá início no próximo dia 20, às 10 horas, na sala 207 da Ala I.

Os problemas do ensino superior

artigo do Prof. José Goldemberg publicado originalmente no Estado de 30 de outubro

O acesso ao ensino superior é intimamente ligado ao nível de desenvolvimento sócio-econômico de um país. No passado, tinham acesso ao ensino superior apenas os filhos das famílias da aristocracia, muito mais para "aprender a governar" do que para dominar tecnologias e usá-las como elemento essencial da produção. Mesmo após a Revolução Industrial do século 19, a Engenharia era freqüentemente ensinada em escolas técnicas, e não em Universidades. E mesmo a Medicina não tinha um status muito elevado. Essa situação mudou com o enorme desenvolvimento e a importância da tecnologia no século 20 e, nos dias de hoje, um curso universitário é o passaporte para a "nova aristocracia" que dirige as sociedades modernas.

Não poderia ser diferente no Brasil, que é uma das nações emergentes no mundo em desenvolvimento. Contudo, a pesada herança colonial do século 19, bem como o aumento da população não permitiram recuperar o atraso durante todo o século 20, malgrado o desenvolvimento econômico alcançado. Nossos indicadores sobre ensino superior são medíocres: apenas 13% da população na faixa etária correta - 18 a 24 anos - está nas Universidades e em institutos similares, o que corresponde a menos de 3 milhões de jovens. Destes, cerca de dois terços estão em estabelecimentos privados - que cobram mensalidades - e um terço em estabelecimento públicos - que são gratuitos -, como determina a Constituição federal. É este terço que consome a maioria das verbas do MEC, onde os professores e funcionários são funcionários públicos e onde grupos políticos externos às Universidades desempenham um papel importante.

A atual greve dos professores das Universidades é apenas uma manifestação desta situação. Para eles as greves - e, portanto, o descumprimento de suas obrigações - não têm, na prática, maiores conseqüências, o que não é o caso das Universidades privadas. Como se isso não bastasse, as corporações de professores e funcionários se julgam com o direito de dirigir as instituições em que trabalham, sem levar em conta que elas não são "repúblicas independentes", mas foram criadas e são mantidas pelo Estado para cumprir uma determinada missão. É por isso que a tese de "eleições diretas" para reitor é tão popular entre elas, envolvendo os estudantes, que, pela sua própria natureza, são transitórios nas Universidades. Se a tese fosse aceita, por que não deixar, por exemplo, que os funcionários - e até os usuários - elejam a diretoria do Metrô ou dos hospitais públicos?

As Universidades são instituições altamente especializadas e, por conseguinte, são os professores mais experiente que devem dirigi-las. Esse professor, que se torna reitor geralmente após uma carreira que passa pela experiência em cargos administrativos na Universidade, é escolhido por um sistema que envolve amplas consultas dentro da instituição e indicado pelo governador a partir de uma lista tríplice. O reitor responde, portanto, à instituição de onde emana, mas também exerce o cargo em nome do governo. A experiência de "eleições diretas" que varreu várias Universidades da Europa após a revolta estudantil de 68 não deu certo e foi abandonada.

Outro problema que as Universidades públicas enfrentam é a resistência de muitos a qualquer avaliação significativa, como se no mundo real não fossemos avaliados o tempo todo. Além disso, há uma tendência de se opor a qualquer esforço para quebrar a isonomia salarial dos docentes, que se manifesta na luta contra as fundações de apoio à pesquisa. São estas fundações que financiam muitas pesquisas que deram um certo dinamismo a muitos departamentos. O argumento é típico de funcionários públicos que, no fundo, querem preservar a burocracia que os protege, enquanto a captação de recursos externos requer garra e dinamismo demonstrados pelos professores e pesquisadores, qualidades estas que diferenciam os seres humanos em qualquer outro ramo de atividade.

Outra ameaça às Universidades publicas é a reserva de vagas para grupos étnicos ou desfavorecidos socialmente. Na nossa opinião, essa proposta não passa de uma tentativa demagógica de ocultar os verdadeiros problemas das Universidades públicas, que decorrem da incapacidade material do poder público de oferecer vagas gratuitas a todos, como ocorre em alguns países ricos, como a Franca e a Itália. A reserva de vagas vai baixar ainda mais o nível das Universidades, além da sua operacionalização prática ser altamente discutível. A solução não é essa, mas sim a de melhorar o ensino médio, de modo a dar a todos melhores condições de ingresso nos exames vestibulares - que são indispensáveis -, até que o acesso se torne universal.

São esses alguns dos maiores problemas que o ensino superior enfrenta no Brasil. Algumas soluções para eles têm sido tentadas nas Universidades do Estado de São Paulo, onde a autonomia conquistada representou enorme progresso, distintamente do que ocorreu até agora nas Universidades federais. Restam, entretanto, mesmo aqui em São Paulo, problemas importantes a equacionar. Os aposentados tendem a consumir parcela cada vez maior do orçamento das Universidades, limitando, assim, a expansão dos quadros de funcionários e professores ativos e, até mesmo, seus salários. A única solução para tal situação seria a criação de um fundo de aposentadoria, para o qual os funcionários e professores teriam de contribuir.

Com as eleições gerais no próximo ano, veremos, provavelmente, uma exacerbação de reivindicações demagógicas. Seria altamente desejável que as autoridades responsáveis - e até os candidatos mais responsáveis - as enfrentassem com coragem, na defesa do interesse público.

MINIWORKSHOP EM FÍSICA DA MATÉRIA CONDENSADA

INTERNATIONAL IBEROAMERICAN SCHOOL ON EPITAXIAL GROWTH OF SEMICONDUCTOR NANOSTRUCTURES

Coordenador: Prof. Dr. José Roberto Leite

Será realizada no Instituto de Física da USP, no período de 19 a 23 de novembro de 2001, a International Iberoamerican School on Epitaxial Growth of Semiconductor Nanostructures. As palestras plenárias do evento, sobre crescimento epitaxial de nanoestruturas semicondutoras, serão apresentadas no Anfiteatro Abrahão de Moraes, por especialistas estrangeiros e brasileiros.

PROGRAM

Invited Speakers

- Helmut Sitter - Fundamentals of molecular beam epitaxy - Mohamed Henini - Molecular beam epitaxy: physics and technology - Gilberto M. Ribeiro - Thermodynamics of nanocrystal growth - Luisa González - In-situ monitoring of strained layers epitaxial growth - Wagner N. Rodrigues - Growth of InAs quantum dots in AlxGa1-xAs by MBE - Klaus Lischka - The epitaxy of cubic group III-nitrides: an overview - Jaime A. Freitas - Growth and characterization of undoped and doped GaN films grown by metal-organic chemical vapor deposition - Patrícia L. Souza - Epitaxial growth of III-V semiconductors with planar doping by MOVPE - Isaac H.-Calderón - Growth and characterization of ordered alloys and ultra-thin quantum wells of II-VI semiconductors - Eduardo Abramof - Molecular beam epitaxy of IV-VI compounds - Maria J. M. Gomes - Structural and optical characterization of semiconductor nanocrystals grown by magnetron RF-sputtering - Alain A. Quivy - MBE growth of III-V compounds at the LNMS/IFUSP - Mônica A. Cotta - Growth of semiconductor nanostructures by chemical beam epitaxy - Thomas H. Myers - The effect of surface polarity on growth kinetics and doping during plasma-assisted molecular beam epitaxy of GaN

homepage: http://macbeth.if.usp.br/~jrleite/eicens

UM MICROLAC NO IFUSP: UM SIMPLES REARRANJO???"

Prof. Dr. Alejandro Szanto de Toledo, IFUSP

22 de novembro, quinta-feira, Auditório Norte (entre Alas Central e II), às 16 horas

No universo de núcleos que existem (e podem existir) na natureza, os núcleos estáveis formam um pequeno vale no espaço definido pelo número de nêutrons (N) contra o número de prótons (Z). Os núcleos metaestáveis que podem ser sintetizados formam uma enorme "ilha", de tamanho muito maior que o vale de estabilidade e de bordas ainda não definidas. As propriedades destas bordas desempenham um papel fundamental tanto no processo de nucleossíntese dos elementos existentes no universo, como na característica destes elementos, em qualquer escala. Em particular, o processo de queima lenta de nêutrons, " processo-r", ainda sob investigação básica, é extremamente importante para este entendimento. Estas bordas correspondem, portanto, a um "território desconhecido". Problemas em astrofísica nuclear deste tipo proporcionam uma nova fronteira de investigação na área fundamental da Física Nuclear de baixa energia e farão parte, durante esta nova década, do projeto de pesquisa dos mais avançados laboratórios internacionais da área. O IFUSP dispõe no momento de dois projetos avançados de aceleradores de partículas. O primeiro, o Mícrotron, como fonte de sondas eletromagnéticas e o segundo, o pós acelerador linear super-condutor do LAFN, como fonte de sondas hadrônicas. Propomos, neste seminário, uma discussão sobre a conveniência e possibilidade de rearranjar o parque experimental nuclear do IFUSP, o que abriria novas possibilidades de explorar estes aspectos fundamentais.

Foi assinado Protocolo de Intenções entre a USP e o Instituto Superior Técnico de Lisboa objetivando a efetivação de convênio acadêmico internacional. O Instituto Superior Técnico de Lisboa (www.ist.utl.pt) é vinculado à Universidade Técnica de Lisboa e tem tradição no ensino e pesquisa nas áreas de engenharia, ciência e tecnologia, na graduação e na pós-graduação. O Instituto possui vários centros de desenvolvimento e investigação científica, destacando-se as áreas de: Economia e Gestão; Matemática e Computação; Física; Astrofísica; Química; Ciências da Terra e do Espaço e Ciências do Mar. As Unidades da USP, interessadas em parceria com aquela Instituição, poderão contatar diretamente o Professor Manuel V. Heitor, Professor Catedrático do Centro de Estudos em Inovação, Tecnologia e Políticas de Desenvolvimento do IST (email: mheitor@dem.ist.utl.pt. - Fax: (351-21) 849.6156.

ATIVIDADES DA SEMANA

3a. FEIRA, 20.11.2001

SEMINÁRIO DO LABORATÓRIO DE MICROSCOPIA ELETRÔNICA
"Introdução aos polímeros"
Dr. Pérsio de Souza Santos, EPUSP
Ed. Principal, Ala I, sala 201, às 9h30

SEMINÁRIO DO GRUPO DE FÍSICA NUCLEAR TEÓRICA E FENOMENOLOGIA DE PARTÍCULAS ELEMENTARES (FINPE)
"Raios cósmicos de altíssimas energias e o Observatório Auger"
Prof. Carlos O. Escobar, do Departamento de Raios Cósmicos e Cronologia - IF - Unicamp
Ed. Principal, Ala II, sala 335, às 17h

4a. FEIRA, 21.11.2001

COLÓQUIO DO DEPARTAMENTO DE FÍSICA MATEMÁTICA
"Estudo de colisões nucleares ultrarelativísticas e modelo hidrodinâmico"
Prof. Yogiro Hama, IFUSP
Ed. Principal, Ala Central, Sala Jayme Tiomno, às 16h

SEMINÁRIO DO GRUPO DE FLUIDOS COMPLEXOS (GFCx) - FEP
"Propriedades mecânicas e líquido-cristalinas de um elastômero"
Bruna Bueno Postacchini, IFUSP
Auditório Sul (bege), entre a Ala Central e a Ala II, às 16h

5a. FEIRA, 22.11.2001

SEMINÁRIO DO GRUPO DE MECÂNICA ESTATÍSTICA
"Glassy phases in short range systems without quenched disorder"
Prof. Alberto Petri, Istituto O. M. Corbino - CNR, Roma, Itália
Ed. Principal, Ala I, sala 204, às 14h30

SEMINÁRIO DO DEPARTAMENTO DE FÍSICA EXPERIMENTAL
"Um Microlac no IFUSP: um simples rearranjo???"
Prof. Dr. Alejandro Szanto de Toledo, FNC
Auditório Norte (entre Alas Central e II), às 16h

6a. FEIRA, 23.11.2001

FÍSICA AO MEIO-DIA
"Modelo de contato e irreversibilidade"
Profa. Tânia Tomé Martins de Castro, IFUSP
Ed. Principal, Ala I, sala 310, às 12h30

B I F U S P - Uma publicação semanal editada pelo IFUSP

Responsável: Prof. Silvio R. A. Salinas - Coordenador: Prof. Hercílio Rodolfo Rechenberg

Diagramação: Rosangela Trevisan Rodrigues

São divulgadas no BIFUSP as notícias encaminhadas até 4^a feira, às 12h, impreterivelmente

Tel: 3818-6900/6907 - Fax: 3818-6701 - e-mail: bifusp@if.usp.br - Home page: www.if.usp.br